Um passeio pelo Bairro de las Letras.

Andrea Lima

Sou a fundadora de Descubra Madrid Concierge. Meu realizo quando consigo que meus clientes retorna a suas casa, com um desejo de regressar à Madrid!

18 de junho de 2020

 

Interessado em passar à frente dos imponentes leões flanqueando a escadaria que conduz à entrada do Congresso dos Deputados, na Plaza de la Cortes, você é surpreendido (se seu relógio marca 12, 15, 18 ou 20h) por 18 sinos tocando uma sonata e com dose dobrada de surpresa, percebe cinco bonecos mecânicos saindo de uma janela que se abre no primeiro andar do Edifício Plus Ultra e movimentando-se harmoniosamente com a música que invade a praça; na realidade está acompanhando um espetáculo que segue a cidade de Madrid desde 1993: o “Carillón goyesco” desenhado por Antonio Mingote. 

Ao olhar ao lado, possivelmente outro edifício promova fascinação, o tradicionalíssimo Hotel Palace (hoje pertencente ao grupo Westin), de 1912. Mas o espetáculo de imagens e aquela vontade de fotografar não cessam porque suas vistas mais adiante contemplam uma das mais belas fontes de Madrid, a de Netuno, erguida no último quarto do século XVIII, sob projeto do paisagista Ventura Rodríguez. 

Você está morrendo de vontade de voltar para a frente do Congresso, afinal de contas se trata de mais um lindo edifício, em estilo neoclássico, inaugurado em meados do XIX, entretanto, após a fonte, numa perspectiva renascentista de fundo, no alto de uma colina, uma igreja meio gótica, de tipo difícil: plateresco (what?!) – encanta-lhe e quando lhe é dito que ali se casaram alguns casais reais da Espanha, os olhos se enchem do brilho próprio dos contos de fada. A igreja é lindíssima, por fora, por dentro é Ok. 

 

Com os sentidos alterados pela explosão de elementos visuais inequivocamente deliciosos de apreço, você naturalmente é convidado a ir pra cima de tudo isso, entretanto um braço lhe retém e pede para que vire para trás e veja a primeira estátua de um civil erigida em Madrid, e quem seria este civil? O Pelé da Espanha: Miguel de Cervantes. Não é o mais importante monumento ao autor de Dom Quixote na cidade, mas é o primeiro, idealizado pelo irmão de Napoleão Bonaparte quando da invasão francesa no país entre os anos 1808-1813. O projeto foi francês, mas sua execução e inauguração às mãos da monarquia espanhola, em 1833.  Agora, esta estátua tem mais histórias ainda interessantes que deixaremos para outro momento.

Bem, com seu braço solto, o pequeno declive da praça e a atração gravitacional das obras um pouco a seguir caminha em sua direção e quando já quase na rotatória que circunda a fonte do deus dos mares, um prédio ao seu lado esquerdo talvez chame a atenção; um prédio de linha sóbrias, tijolinho à vista e imponente extensão. Mais uns passos e um banner lhe escancara o que vê, o museu Thyssen-Bornemisza, um dos mais importantes do país e do mundo.

Percorridos apenas uns 200 metros, o ar parece lhe faltar, posto que a quantidade de estímulos em tão pouco espaço tem pintas de que precisa de tempo para recuperar as energias, contudo recomendamos aguentar um pouco mais porque logo notamos uma rua com o nome de Cervantes e sabemos que as ruas costumam levar o nome de seus ilustres moradores. Caramba!, estamos de frente para a rua onde morou o autor da obra de literatura mais lida do mundo; sim, temos que subir esta rua. No começo não tem nada demais, até que chegamos a primeira esquina e do lado esquerdo notamos uma igreja, na realidade é uma das cinco basílicas de Madrid, esta consagrada a Jesus de Medinaceli.

Bacana, mas seguimos passo. Bateu aquela vontade de ver onde morou o Miguel. Rua estreita, como quase todas deste pedaço da cidade, popularmente conhecido como Madrid de las Letras, avistamos uma casa e nela estendido outro painel: Casa Museu Lope de Vega. Infelizmente, no Brasil se fala pouco deste escritor, entretanto no mundo de língua espanhola é leitura obrigatória nas escolas. Lope foi contemporâneo de Cervantes e era um terremoto em tudo que fazia. Se na sua época existisse o Guinness, certamente estaria em várias categorias: 3000 sonetos, 16 livros e perto de 1800 peças cômicas de teatro. Era capaz de escrever uma obra teatral em apenas um dia. E de que período estamos falando? Do famoso século de ouro das artes espanholas, o século XVII, o século do Barroco.

A vida íntima, nada privada de Lope de Vega, rendeu-lhe muita popularidade e biografias, porém este também deixamos para outro dia. Só uma coisinha mais sobre esta casa que paramos à frente; ela foi inaugurada em 1610, tem mais de 400 anos de história e foi o domicílio do dramaturgo até a sua morte, em 1635. Pouco visitado, é um museu que merece muito uma ida e com visita gratuita conduzida por guias da casa. Se quiser apenas dar uma olhadinha, ande até o jardim, aos fundos do térreo, é permitido. Imagine o clima desta casa à quatro século atrás. 
Depois desta passada na casa do Lope de Vega, considerada uma casa à malícia (????- explicamos em distinto dia, mas adiantamos que não é a malícia pensada) seguimos pela rua do Cervantes, no entanto outra rua chama atenção logo em seguida, Calle de Quevedo e é claro que há uma boa quantidade de coisas para falar desta rua e de seu ilustre “não morador”. 

Neste momento, interrupção das mãos que escrevem, vamos buscar quantas palavras já estão escritas e um baita susto: a recomendação foi de 600 e crazy desembestado, chegamos já a quase 900. Ups!, hoje não passaremos pela casa do Cervantes. Sentimos, mas garantimos para a próxima. Porque aí são muitas mais memórias do autor e do bairro Madrid de las Letras. Em breve mais, pelas casas, convento, praças, igrejas. A caminhada é curta, mas com um mundaréu de contos. Inté!
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eSIM HolaFly

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